quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Registro do dia 03/02/2011


Oito da manhã, grupo reunido.
-“Ai que preguiiiiiça!” diz o pessoal.
É hora de alongar, estica de cá, estica de lá,
Vamos todos caminhar.

A hora agora é de pular,
 Ao comando do Professor Osvaldo,
Todos vão se abraçar.

Brincando de pega pega,
Pra me salvar, tenho que te pular.
E assim vai continuando até se cansar.

Então, vamos do Herói falar,
Em dois grupos,
Vamos a história de Macunaíma interpretar.

Quem sabe o filme? Vamos de mímica brincar
Tem que ser muito esperto,
Pra poder adivinhar.

E assim foi nosso encontro,
 Semana que vem tem mais um conto.


Erika Andrade

Mais um encontro dos Boiúnas.



...tentei falar algo...
...não consegui...
...preparei algo...
...mas é muito pouco...
...palavras vem aí...
....................................................................................................................................................
...sabado, nós e Macunaíma...
...alongar, julgar e desabafar...
...fragmentos...
...discussão longa...
...humanidade...
...não acaba aqui...
...é infindável...
...apenas coloco isso(...)
......................................................................................................................................................
...a humanidade pensa...
...não é perfeita...
...a cultura é a nossa riqueza...
...a religião a nossa fortaleza...
...a sensibilidade pode levar a fraqueza...
...............................................................................................................................................
...a humanidade passeia em pensamentos errados...
...ou são os primitivos que não fazem caminhos certos na floresta?
...imagine se não existisse o dinheiro...
...e nossas leis fossem baseadas em palavras bonitas...
“...amor...felicidade...fraternidade...esperança...alegria...amizade...”
...se isso acontecesse Macunaíma adicionaria o sexo...
...as matas nunca mais seriam virgens...
...as palavras teriam mais sentido de vida...
...o mundo seria melhor...
preservaríamos o meio ambiente...
...os animais nunca mais seriam maltratados...
...não haveria assassinato, roubo, inveja, fome, ganância... etc...etc...etc...
...capitalismo absurdo...
...a vida simplesmente seria simples...
...os humanos complicam o mundo...
 ...ainda são irracionais...
...se racionais fossemseriam alienígenas...
...dariam um jeito no mundo.
....
                                                                                                                              por Samyr Rathge                                                             

“Produzimos uma cultura de devastação baseada muitas vezes no engano da superioridade das raças, dos deuses, e sustentada pela desumanidade do poder econômico”.
José de Sousa Saramago

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Encontro do dia 05 de novembro

Olá minha gente querida!



Olha eu aqui dinovo,


Vim contar para vocês


Coisas sobre o nosso povo.






O encontro desse sábado


Foi bastante divertido,


Começamos alongando,


Vou contar o acontecido!






Dessa vez não teve música


Durante o alongamento,


A contagem foi feita


Por todos os elementos.






1, 2, 3... 30


Essa foi à marcação,


Logo depois começou


A hora da “suação”.






Caminhamos pela sala,


Atentos ao sinal,


Correndo, lento, andando,


Todos, trio,dupla... e também individual






Uns rolavam pelo chão


Enquanto outros pulavam,


Depois os que estavam pulando


Iam pro chão e rolavam.






Teve o jogo do pega,


Que precisava de atenção,


Pois quem estava fugindo,


Pulava quem estava no chão.






Depois de toda essa canseira,


Foi proposto um julgamento,


O réu era Macunaíma,


Era ele o elemento.






Dois grupos foram formados,


Acusação e defesa,


Um juiz para julgar,


Era preciso clareza.






Os crimes apresentados,


As testemunhas também,


A acusação atacou e a defesa reagiu,


Mas ninguém se deu muito bem.






O julgamento foi interrompido,


A brincadeira falhou,


Era preciso estudar


Tudo que o Herói passou.


Nessa hora percebemos


O quanto difícil que é,


Acusar ou defender


Baseado naquilo que temos fé.






No fim fizemos um circulo


Só pra conversar,


Osvaldo deu suas dicas,


E nós fomos almoçar.




















                                         Joani de Melo

Encontro do dia 29 de outubro

No dia 29.10.11 um sábado, por sinal o último do mês de Outubro, posso afirmar que nosso encontro foi completo apesar da ausência de alguns companheiros, nossa manhã teve de tudo um pouco, começamos com o alongamento de sempre e aquela velha aquecida correndo de um lado para o outro. Já prontos para começarmos nossas peripécias lá vem Osvaldo com suas invenções, foi pedido para montarmos imagens com nossos corpos de acordo com que ele dizia... Foi hilário, riamos bastante e cada um procurava entender e encaixar o que o outro estava fazendo, enquanto montávamos fotos eram tiradas de tudo que fazíamos.
Após muitas risadas, descansamos um pouco ouvindo o segundo capitulo de Macunaíma, as travessuras do herói, maldades e aventuras que surpreenderam á todos. A proposta a seguir foi que formássemos dois grupos para apresentarmos tudo que ouvimos naquele momento, os narradores iriam mudar de acordo com a chamada de Osvaldo, enquanto os outros componentes desenvolviam as imagens usando sua própria silueta, descobrimos verdadeiros atores os quais nos fizeram dar ótimas gargalhadas, até chorei de tanto rir ao ver o Felipe imitar a mãe de Macunaíma tendo um ataque, esta imagem será inesquecível.

O que seria de mim sem a minha alegria dos sábados?



Edyvanne Freitas =)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

22 de outubro - um encontro inexplicavel

Carta aos Boiúnas

Eu sempre acreditei que o teatro transforma as pessoas para melhor. Mas este é um momento de crise nas minhas crenças, um momento que já dura mais de um ano.
Amo fazer teatro e as pessoas que fazem teatro, amo mais ainda as pessoas que fazem teatro perto de mim, mas será que esse amor que sinto não é mais uma coisa desperdiçada?
Acho que me tornei uma pessoa chata e intolerante, certinha demais para os padrões atuais da nossa nefasta civilização. Não bebo, não fumo, não me drogo, abomino futebol, atrasos, novelas, faltas, músicas gospel, carro de som e tudo que não respeita a individualidade dos outros. Não me enquadro.
Dediquei a maior parte da minha vida em me transformar em uma pessoa melhor, mas agora tenho muitas dúvidas se encontrei o caminho para isso. Eu pensava que sabia desse caminho.
Meus pais eram pessoas muito simples, analfabetos, vindos da zona rural para trabalhar na cidade nas funções mais desvalorizadas, ajudante geral e doméstica. Apesar da minha aptidão para a arte desde criança, eu segui o caminho deles por muito tempo. Fui catador de esterco, vendedor de talão para zona azul, ascensorista de elevador, continuo, vendedor de loja, ajudante de linha de montagem, auxiliar de inspeção, auxiliar de laboratório, operador de máquina de costura, desenhista letrista até conhecer o teatro. Então me tornei cenógrafo, depois ator e em seguida diretor. Sempre achei que minha experiência na vida profissional, atrelada aos anos que passei praticando judô, luta corporal e filosofia, contribuíam para uma melhor expressão artística.
Desde quando me lembro, meus pais sempre foram muito doentes e eu nunca pude abandoná-los para seguir qualquer caminho que me afastasse do interior de São Paulo. Em 1995 meu pai morreu. Quase um ano depois, no dia 15 de novembro de 1996, no mesmo dia em que eu completei trinta anos de idade, morreu minha mãe. Esse fato triste foi o que me possibilitou retomar meus estudos, me preparei, e em 2001 eu ingressei na universidade já com 34 anos, mas plenamente consciente do que eu queria: estudar as artes e principalmente o teatro.
Agora, dez, onze anos depois, já há mais de quatro anos, sou professor em uma universidade respeitada. Considero-me um bom professor, não o melhor, mas um professor que procura seguir os exemplos dos melhores que tive. Profissionalmente estou realizado, tenho um bom emprego, moro perto da praia, em uma cidade linda. No entanto não foi isso que eu sempre procurei. Minha busca sempre foi pela relação humana, pelo encontro de pessoas com o mesmo interesse, com os gostos parecidos, sem preconceitos e com muito respeito uns pelos outros, se expressando com inteligência e, sobretudo sensibilidade. É nisso que eu sempre depositei minhas esperanças com o teatro.
Tudo isso foi dito para lembrar a todos vocês que eu não sou um professor, isso é só uma condição. O que sou é um ser humano que erra e acerta, como qualquer outro, mas que principalmente, sente.
Às vezes sofro muito com pequenas coisas que vocês fazem. Eu sei que, por parte de vocês, não há nenhuma intenção em me machucar. Nem mesmo percebem que o vaso que jogaram do terceiro andar vai cair na minha cabeça. Eu sei que minhas reações muitas vezes não são boas. Eu adoro cachorros e sem querer ajo como eles. Amo incondicionalmente, gosto de tudo que vem de quem eu amo, estou sempre disposto a ir junto, pode me chutar que eu não vou deixar de amar, sempre vou achar vocês lindos, não importa se gordos demais, magros demais, vestidos de uma maneira ou de outra, com o cabelo sujo ou escovado. Porém quando eu sinto dor, eu posso morder.
Ultimamente muita coisa tem me feito sentir dor. Sei que a maioria de vocês não sabem do que eu estou falando, mas muita coisa tem me lembrado a minha insignificância, muita coisa tem me feito pensar que tudo que fiz até hoje, tudo que acreditei não levaram a nada significante. Eu não me tornei uma pessoa melhor que o garoto que catava merda de cavalos e vendia como esterco, porque o que realmente consegui foi só o que eu nunca procurei.
Acabei de ler uma sábia citação de Cora Coralina: "Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves na alma".
O crescimento que obtive com os golpes duros da vida não me satisfez. Preciso de toques suaves em minha alma, preciso de vocês. E perdoem-me pelas mordidas.


João Pessoa, 21 de outubro de 2011


Osvaldo


Encontro do dia 15 de outubro


Em uma floresta densa, com as mais diversas árvores, eis que surge de suas copas um enorme bando de papagaios, inicialmente voando por intermináveis minutos o descampado de forma aleatória, como que verificando toda área ao seu redor, procurando prever o surgimento de algum predador ou a possibilidade do tempo mudar de um céu límpido e azul cintilante com algumas poucas nuvens formando as mais abstratas formas em um turbilhão de vento e o aproximar de nuvens mais densas e escuras prontas a descarregar toda sua fúria naquela imensidão montanhosa. Passada a preocupação desnecessária o bando disperso de papagaios se unem e sobrevoam em círculos num determinado ninho na mais alta e frondosa árvore da floresta, e como num estopim vindo do meio da floresta todos os papagaios que antes sobrevoavam, afastaram-se do ninho o mais rápido possível como se lhe custassem a vida ficar ali por mais um segundo sequer, surgindo elegantemente da área evacuada a mais bela das aves, com suas lindas penas de um verde ouro cintilante dando seu primeiro rasante em busca da árvore escolhida para seu pouso perfeito, prontamente sua voz antes indistinta no meio do alvoroço dos demais papagaios, ouve-se agora macia, suave e límpida.
Ao som do rio Uraricoera um grito quebra a paz vindo do meio da imensidão floresta, A mãe de Macunaíma entra em trabalho de parto, as contrações que inicialmente pareciam apenas algumas pontadas ritmadas vindas do abdômen passa a equiparar-se a uma britadeira incontrolável pulando em seu ventre, limitando sua respiração a curtos espaços de tempos como que anunciando a hora do grande acontecimento, o nascimento tão esperado, o nascimento de Macunaíma. A mãe de Macunaíma sozinha, de pernas abertas em seu momento mais doloroso, teve a sensação de que seu filho, que haveria de ser o mais esperto de sua tribo, se divertia ao nascer, saindo e voltando ao seu ventre, meio que escolhendo a melhor posição para sua chegada triunfal ao mundo.
De uma trilha cercada por robustas árvores de ambos os lados, com o farfalhar a se escutar e pétalas de flores a cair surge Macunaíma, nascido de um mato virgem e heroi tão esperado de nossa gente, caminhando a procura de um papagaio em especial que se divertia sobrevoando a fim de resvalar sobre as pontas cariciosas de cada uma das folhas do mato baixo, acabando por chegar ao rio onde as lindas mulheres morenas tomavam banho nuas.
Macunaíma era assíduo frequentador do torê e sempre respeitava os mais velhos, anciãos portadores de muita sabedoria, sabedorias essas que eram necessárias para solucionar os mais diversos problemas pelos quais a tribo passava, só que das mulatas que por ele passava uma casquinha ele sempre tirava, deixando-as indignadas e culpando Jiguê que ao seu lado estava.
Macunaíma sente uma intensa necessidade de liberdade e pede a mãe que o leve para passear, ouvindo recusa ao seu pedido põe-se a chorar, sua mãe tenta bajular dando um pouco da comida que tinha acabado de cozinhar, não conseguindo acalmá-lo procura ignorá-lo mais nem seu precioso sono Macunaíma deixou de perturbá-lo. Até que no dia seguinte sua mãe pediu a Sofará, sua nora, que o acompanhasse no caminho do mato, Macunaíma aproveitou-se da beleza de Sofará e ambos se deliciaram com o melhor que cada um propusera ao outro, no outro dia Sofará passa pela ponte que corta a floresta das adjacências da tribo para a mais densa das montanhas ao encontro de Macunaíma, inesperadamente Jiguê o acompanhante traído de Sofará flagram ambos em seu deleite.
Jiguê, indignado bate em Sofará e enfrenta Macunaíma, quando não mais conseguia surrar, Macunaíma foi até a capoeira, mastigou raiz de cardeiro e ficou são. “Ai que preguiça...” de continuar.

                                                        por Felipe Lira

quinta-feira, 20 de outubro de 2011